Como assim, Nat, ficou doida? Não fiquei, gente maravigold. Sabe o que mais falta hoje? O "fazer". E alguém vai argumentar: "mas para fazer precisa saber". E eu vou dizer: "é aqui onde se encontra o perigo". A argumentação da nobre alma entendedora é a mais pura verdade, mas sabe como a gente lê isso no final das contas? Não sabe? É assim: "eu preciso saber TUDO que existe no planeta para dar meus primeiros passos". O que acontece, por fim, é ficarmos abarrotados de conteúdos. Temos que concordar que muitos são incríveis e trazem valiosas instruções. O problema está quando nós temos uma característica de acumulação de saber (aprendedores por excelência), mas não temos o elemento prático (hands-on, mão na massa, how-to-do). O que acontece nesse caso? Acontece a triste realidade de muitos de nós: a gente acumula, acumula, quase transborda, depois nos deparamos com um problema e não sabemos como encontrar uma solução. Para piorar o que pensamos primeiro é justamente: "preciso aprender mais". Sim, minha gente, isso mesmo! Quem vive assim realiza muito pouco, porque nunca acha que está pronto para colocar as mãos na massa e fazer acontecer. Não importa quantos livros você leu, quantas disciplinas você fez na faculdade, quantos cursos você adquiriu... o que vai trazer diferença para a sua vida é o quanto você realizou. Faça-se a seguinte pergunta: o que eu tem posto em prática do que eu tenho aprendido? Ache uma fonte de sua confiança e não perca mais tempo pulando para todos os lados. Às vezes é preciso uma desintoxicação de conteúdo (carinhosamente apelidada por mim de detox genético). Pessoas do meu coração, se eu fosse esperar minhas produções de vídeos ficarem perfeitas, com a melhor câmera, o melhor computador, a melhor iluminação, o melhor microfone, a melhor internet sabe quando eu ia começar e quando você estaria lendo isto? Nunca, porque o Entenda Genética nem existiria!

Já se perguntou que justamente por você não ter tempo é que você não tem autonomia? Quantas vezes você precisou repetir uma estimativa de haplótipos, cálculos de diversidades genéticas, simulações de cenários demográficos, por que você não sabia o básico sobre preparação dos seus dados (exemplo: edição de alinhamento, verificação da integridade dos dados)? Aí, com os dados errados, tudo o que você fizer na sequência estará também errado: análises, interpretações e qualquer documento no qual você vá utilizar esse material como conteúdo. Infelizmente, depois de você perceber o erro ou de alguém o perceber para você, será necessário retomar todo o trabalho e nada daquilo que foi feito poderá ser aproveitado (um efeito dominó). Nesse processo o seu ativo mais importante terá ido para o beleléu: seu tempo! É a sua vida e são as suas oportunidades indo embora e, além da evidente frustração que sentimos, ninguém quer gastar seu tesouro refazendo trabalho, enquanto poderia estar se dedicando a alguma outra coisa ou estar em algum outro lugar. O Entenda Genética veio justamente para que você se veja de mãos dadas com essa autonomia, de forma que consiga fazer o que precisa ser feito com muito mais tranquilidade, para depois poder investir seu tempo naquilo desejar. Pouquíssimas pessoas que trabalham com genética de populações e filogeografia têm domínio nas análises e interpretações dados, mas o cenário vai mudar em breve. Na verdade, a mudança já começou e você pode fazer parte dela!

Foi pensando nisso que o Entenda Genética surgiu. A maioria se sente só durante a elaboração do seu trabalho (de graduação a pós-doutorado, de relatórios a pareces, da universidade ao empreendedorismo ou funcionalismo público). Eu, Natácia (Nat), já estive nesse lugar e só posso dizer uma coisa: não foi nada bom! Mas, infelizmente, nem sempre que tentamos nos inserir a coisa vai do jeito que a gente gostaria. Aqui, além de um espaço para a aprendermos genética, temos também um espaço humano, em que o seu trabalho não é visto antes de você, em que a sua produção não é mais importante do que os seus sentimentos, seus sonhos, seus desejos. Muita coisa tem sido mais pesada do que deveria porque nós estamos nos esquecendo de nós mesmo. Se você está vivendo essa dificuldade, isso não tem nada a ver com saber ou não genética, com ter publicado ou não o seu trabalho. Junte-se a nós e comece a falar mais SIM para você!

Pois é… mas algumas vezes essa dependência acaba acontecendo e quando nos vemos estamos atolados em uma situação totalmente desconfortável. Talvez seja o orientador que exige muito sem dar contrapartida, querendo se ancorar na clássica e parcialmente verídica argumentação de que "a responsabilidade é do aluno e ele tem que se virar". O estudante deve sim se virar e será sempre o responsável pelo seu trabalho, mas devemos lembrar que antes ele é um aprendiz e para ser aprendiz deve ter alguém que lhe oportunize o aprendizado, alguém que lhe traga luz para os pontos obscuros. Isso é diferente de lhe encher de tarefas, que muitas vezes nada têm a ver com a pesquisa, e cobrar performance em tópicos não discutidos anteriormente. Se for assim, não há diferença em se estar literalmente sozinho. Pode ser também que seja um chefe que cresce as demandas produtivas a cada instante e o tempo parece um inimigo sempre lhe cobrando o que não é possível se fazer. Algumas rotinas de trabalho são extenuantes e isso só se agrava quando a pessoa não tem domínio e ferramentas adequadas para o desempenho de suas funções. Saber o que fazer, saber quais alternativas temos quando os planos são frustrados, além de minimizar boa parte das dificuldades narradas aqui, ainda melhora a tranquilidade e qualidade de vida da pessoa. Você acaba se sentindo mais confiante e isso muda sua postura; facilita sua capacidade de comunicação, inclusive para que você seja capaz de impor seus limites de forma natural; favorece seu desempenho em outras tarefas, já que o nível de estresse não vai ser carregado de uma atividade para outra; e você ganha mais tempo para se dedicar ao que quiser: um hobby, outro trabalho, reunião com amigos e familiares. Além do mais, inauguramos um novo conceito e queremos dar corpo a ele: rede de apoio científica. O que seria isso? Nada mais é do que uma rede colaborativa que presta apoio quando se precisa, sem necessariamente receber algo em troca; é toda ação genuína de contribuição para o progresso científico; mas, mais do que o foco no trabalho em si, é uma rede de apoio à pessoa, ao ser humano por trás da pesquisa. O Entenda Genética veio para ser uma grande rede de apoio científico para quem quer dominar as análises e interpretações de dados, principalmente, em genética de populações e filogeografia.